Letra e música: José Flávio Martins ("À menina de olhar meigo...")
Intérprete: Frei Fado d'El Rei* (in CD "Encanto da Lua", Columbia/Sony Music, 1998)
[instrumental]
Por onde vais,
Menina do campo?
Lírios colhidos por ti
São outro encanto!
Guarda segredo
Do teu amor,
Não digas nunca
Ao cais do seu sabor!...
Sete são as saias
De sete cores;
Menina, não saias
Com mais que dois amores!...
Rios de saudade
Correm sem parar,
Fogem com vontade
De te amar...
Menina, por ti
Breve é minha alma;
Só por ti nasci
Em noite calma!
Já te ouvi cantar
Ao nascer do dia,
E o sol acordou
Mudo de alegria!
E ao chegar a noite
No teu mar navega,
Solta-se na eira
E jamais sossega!
Teu olhar, menina,
Com o meu namora;
Veste-se de longe,
Longa é sua demora...
Rios de saudade
Correm sem parar,
Fogem com vontade
De te amar...
Menina, por ti
Breve é minha alma;
Só por ti nasci
Em noite calma!
[instrumental]
Rios de saudade
Correm sem parar,
Fogem com vontade
De te amar...
Menina, por ti
Breve é minha alma;
Só por ti nasci
Em noite calma!
Rios de saudade
Correm sem parar,
Fogem com vontade
De te amar...
Menina, por ti
Breve é minha alma;
Só por ti nasci | bis
Em noite calma! |
* Frei Fado d'El Rei:
Carla Lopes – voz principal, coros, adufe e pandeireta
Cristina Bacelar – guitarra clássica, voz, coros e tréculas
José Flávio Martins – baixo acústico, bandoloncelo, voz, coros e adufe
Ricardo V. Costa – guitarra clássica, castanhola de cana e coros
Quico SR (Frederico Serrano) – teclados, programações, sampling, percussões, voz e coros
Mário Costa – bateria e percussão
Arranjos – Quico SR (Frederico Serrano) e Frei Fado d'El Rei
Produção, gravação, mistura e masterização – Quico SR (Frederico Serrano)
Gravado no estúdio de Quico SR (Frederico Serrano), Praia da Aguda, Vila Nova de Gaia
Texto sobre o disco em: Grandes discos da música portuguesa: efemérides em 2008
PÉROLAS DA MÚSICA PORTUGUESA
...votadas ao ostracismo pelo editor da 'playlist' da RDP-Antena 1, com o beneplácito do director de programas e do director-geral de conteúdos
01 setembro 2013
Maria
Letra e música: José Afonso
Intérprete: José Afonso* (in EP "Cantares de José Afonso", Columbia/VC, 1964; LP "Carlos Paredes/José Afonso/Luiz Goes", Columbia/VC, 1970, reed. EMI-VC, 1992; CD "Encontros em Coimbra", Valentim de Carvalho/Iplay, 2008)
[instrumental]
Maria
Nascida no monte
À beira da estrada
Maria
Bebida na fonte
Nas ervas criada
Talvez
Que Maria se espante
De ser tão louvada
Mas não
Quem por ela se prende
De a ver tão prendada
Mas não
Quem por ela se prende
De a ver tão prendada
[instrumental]
Maria
Nascida no trevo
Criada no trigo
Quem dera
Maria que o trevo
Casara comigo
Prouvera
A Maria sem medo
Crer no que lhe digo
Maria
Nascida no trevo
Beiral do mendigo
Maria
Nascida no trevo
Beiral do mendigo
[instrumental]
Maria
De todas primeira
De todas menina
Maria
Soubera a cigana
Ler a tua sina
Não sei
Se deveras se engana
Quem demais se afina
Maria
Sol da madrugada
Flor de tangerina
Maria
Sol da madrugada
Flor de tangerina
Nota do autor: «O conhecimento da Zélia, num lugar do Algarve, reconciliou-me com a água fresca e com os tons maiores. Passei a fazer canções maiores.» (in "Cantares de José Afonso", Tomar: Nova Realidade, 1966; Coimbra: Fora do Texto, 4.ª ed., 1995)
* Rui Pato – viola
Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço d'Arcos
Técnico de som – Hugo Ribeiro
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Intérprete: José Afonso* (in EP "Cantares de José Afonso", Columbia/VC, 1964; LP "Carlos Paredes/José Afonso/Luiz Goes", Columbia/VC, 1970, reed. EMI-VC, 1992; CD "Encontros em Coimbra", Valentim de Carvalho/Iplay, 2008)
[instrumental]
Maria
Nascida no monte
À beira da estrada
Maria
Bebida na fonte
Nas ervas criada
Talvez
Que Maria se espante
De ser tão louvada
Mas não
Quem por ela se prende
De a ver tão prendada
Mas não
Quem por ela se prende
De a ver tão prendada
[instrumental]
Maria
Nascida no trevo
Criada no trigo
Quem dera
Maria que o trevo
Casara comigo
Prouvera
A Maria sem medo
Crer no que lhe digo
Maria
Nascida no trevo
Beiral do mendigo
Maria
Nascida no trevo
Beiral do mendigo
[instrumental]
Maria
De todas primeira
De todas menina
Maria
Soubera a cigana
Ler a tua sina
Não sei
Se deveras se engana
Quem demais se afina
Maria
Sol da madrugada
Flor de tangerina
Maria
Sol da madrugada
Flor de tangerina
Nota do autor: «O conhecimento da Zélia, num lugar do Algarve, reconciliou-me com a água fresca e com os tons maiores. Passei a fazer canções maiores.» (in "Cantares de José Afonso", Tomar: Nova Realidade, 1966; Coimbra: Fora do Texto, 4.ª ed., 1995)
* Rui Pato – viola
Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço d'Arcos
Técnico de som – Hugo Ribeiro
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Menina do Alto da Serra
Letra: José Carlos Ary dos Santos
Música: Nuno Nazareth Fernandes
Intérprete: Tonicha* (in single "Menina do Alto da Serra / Mulher", Zip-Zip, 1971; CD "Tonicha", col. O Melhor dos Melhores, vol. 21, Movieplay, 1994; CD "Tonicha", col. Clássicos da Renascença, vol. 82, Movieplay, 2000; 2CD "Antologia 1971-1977", Movieplay, 2004)
[instrumental / coros]
Menina de olhar sereno
raiando pela manhã,
de seio duro e pequeno
num coletinho de lã.
Menina cheirando a feno | bis
casado com hortelã. |
Menina que no caminho
vais pisando formosura,
trazes nos olhos um ninho
todo em penas de ternura.
Menina de andar de linho | bis
com um ribeiro à cintura. |
Menina da saia aos folhos,
quem na vê fica lavado;
água da sede dos olhos,
pão que não foi amassado.
Menina de riso aos molhos,
minha seiva de pinheiro;
menina da saia aos folhos,
alfazema sem canteiro.
[coros / instrumental]
Menina de corpo inteiro
com tranças de madrugada,
que se levanta primeiro
do que a terra alvoraçada.
Menina de corpo inteiro | bis
com tranças de madrugada. |
Menina da saia aos folhos,
quem na vê fica lavado;
água da sede dos olhos,
pão que não foi amassado.
Menina de fato novo,
ave-maria da terra;
rosa brava, rosa povo,
brisa do alto da serra.
[coros / instrumental]
rosa brava, rosa povo, | 3x
brisa do alto da serra. |
* Direcção musical – Jorge Costa Pinto
Música: Nuno Nazareth Fernandes
Intérprete: Tonicha* (in single "Menina do Alto da Serra / Mulher", Zip-Zip, 1971; CD "Tonicha", col. O Melhor dos Melhores, vol. 21, Movieplay, 1994; CD "Tonicha", col. Clássicos da Renascença, vol. 82, Movieplay, 2000; 2CD "Antologia 1971-1977", Movieplay, 2004)
[instrumental / coros]
Menina de olhar sereno
raiando pela manhã,
de seio duro e pequeno
num coletinho de lã.
Menina cheirando a feno | bis
casado com hortelã. |
Menina que no caminho
vais pisando formosura,
trazes nos olhos um ninho
todo em penas de ternura.
Menina de andar de linho | bis
com um ribeiro à cintura. |
Menina da saia aos folhos,
quem na vê fica lavado;
água da sede dos olhos,
pão que não foi amassado.
Menina de riso aos molhos,
minha seiva de pinheiro;
menina da saia aos folhos,
alfazema sem canteiro.
[coros / instrumental]
Menina de corpo inteiro
com tranças de madrugada,
que se levanta primeiro
do que a terra alvoraçada.
Menina de corpo inteiro | bis
com tranças de madrugada. |
Menina da saia aos folhos,
quem na vê fica lavado;
água da sede dos olhos,
pão que não foi amassado.
Menina de fato novo,
ave-maria da terra;
rosa brava, rosa povo,
brisa do alto da serra.
[coros / instrumental]
rosa brava, rosa povo, | 3x
brisa do alto da serra. |
* Direcção musical – Jorge Costa Pinto
Menina dos Olhos d'Água
Letra e música: Pedro Barroso
Intérprete: Pedro Barroso* (in LP "Cantos da Borda d'Água", Rádio Triunfo, 1984, reed. Movieplay, 2004; 2CD "Antologia 1982-1990", Movieplay, 2005)
[instrumental]
Menina, em teu peito sinto o Tejo
E vontades marinheiras de aproar;
Menina, em teus lábios sinto fontes
De água doce que corre sem parar.
Menina, em teus olhos vejo espelhos
E em teus cabelos nuvens de encantar;
E em teu corpo inteiro sinto o feno
Rijo e tenro que nem sei explicar.
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
Aprendi nos "Esteiros" com Soeiro
E aprendi na "Fanga" com Redol;
Tenho no rio grande um mundo inteiro
E sinto o mundo inteiro no teu colo.
Aprendi a amar a madrugada
Que desponta em mim quando sorris;
És um rio cheio de água lavada
E dás rumo à fragata que escolhi.
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco:]
Pedro Barroso – voz, violas e percussão
Pedro Fragoso – braguesas, piano, viola e guitarra portuguesa
Ana Mafalda – contrabaixo
Cristina Coelho – violoncelo
Abel Moura – acordeão
Ferreira da Costa – oboé
Zé Calhau – flauta transversal e percussões
Choral Phydellius – coros
Participação especial – Mário Viegas (cortesia da Sassetti)
Arranjos – Pedro Barroso e todos os músicos
Produção, direcção musical e orquestração – Pedro Barroso
Gravado nos Estúdios Musicorde, Lisboa
Engenheiro de som – Rui Remígio
Remasterização – José António Regada
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Intérprete: Pedro Barroso* (in LP "Cantos da Borda d'Água", Rádio Triunfo, 1984, reed. Movieplay, 2004; 2CD "Antologia 1982-1990", Movieplay, 2005)
[instrumental]
Menina, em teu peito sinto o Tejo
E vontades marinheiras de aproar;
Menina, em teus lábios sinto fontes
De água doce que corre sem parar.
Menina, em teus olhos vejo espelhos
E em teus cabelos nuvens de encantar;
E em teu corpo inteiro sinto o feno
Rijo e tenro que nem sei explicar.
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
Aprendi nos "Esteiros" com Soeiro
E aprendi na "Fanga" com Redol;
Tenho no rio grande um mundo inteiro
E sinto o mundo inteiro no teu colo.
Aprendi a amar a madrugada
Que desponta em mim quando sorris;
És um rio cheio de água lavada
E dás rumo à fragata que escolhi.
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
Se houver alguém que não goste,
Não gaste – deixe ficar...
Que eu só por mim quero-te tanto,
Que não vai haver menina p'ra sobrar!
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco:]
Pedro Barroso – voz, violas e percussão
Pedro Fragoso – braguesas, piano, viola e guitarra portuguesa
Ana Mafalda – contrabaixo
Cristina Coelho – violoncelo
Abel Moura – acordeão
Ferreira da Costa – oboé
Zé Calhau – flauta transversal e percussões
Choral Phydellius – coros
Participação especial – Mário Viegas (cortesia da Sassetti)
Arranjos – Pedro Barroso e todos os músicos
Produção, direcção musical e orquestração – Pedro Barroso
Gravado nos Estúdios Musicorde, Lisboa
Engenheiro de som – Rui Remígio
Remasterização – José António Regada
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Outras Terras
Letra e música: Tradicional (Trás-os-Montes)
Recolha: José Alberto Sardinha
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos* (in CD "Outras Terras", RQC, 1999)
[instrumental]
Chamaste-me trigueirinha,
Eu não sou da Terra Quente;
Outra aldeia é a minha,
Outra a terra, outra gente!
Ai, meu amor,
Como dói amar-te assim:
Este silêncio que morde,
Esta dor que não tem fim!
Ai, saudade,
Não mates o meu bem!
Deixa-me viver com ele
Se não morro eu também!
[instrumental]
Inda hão-de nascer os sábios
P'ra nos dizer a razão
Que um beijo dos nossos lábios
Se sente no coração.
Ai, meu amor,
Como dói amar-te assim:
Este silêncio que morde,
Esta dor que não tem fim!
Ai, saudade,
Não mates o meu bem!
Deixa-me viver com ele
Se não morro eu também!
[instrumental]
* Ronda dos Quatro Caminhos:
António Prata – violas e coros
Carlos Barata – acordeão e coros
João Oliveira – voz solo e coros
Mário Peniche – baixo
Pedro Fragoso – piano e coros
Vítor Costa – bateria, percussões
Músicos convidados:
Inna Rechetnikova – violino
José Barros – viola braguesa
Coral Infantil de Carcavelos, dirigido por Pedro Fragoso
Arranjos – António Prata, com a colaboração de Carlos Barata, que escreveu as melodias contracanto do violino e do acordeão. Também as harmonias desenhadas em conjunto com Carlos Barata e Pedro Fragoso. A concepção de cada instrumento contou ainda com a colaboração do seu executante.
Produção e direcção musical – António Prata
Produção executiva – Alain Vachier
Bases referência de gravação – Carlos Barata
Gravação – Miguel Salema, nos Estúdios On Line, em Fevereiro e Março de 1999
Assistente de gravação – Kiko
Misturas – Miguel Salema, António Prata e Carlos Barata
Recolha: José Alberto Sardinha
Intérprete: Ronda dos Quatro Caminhos* (in CD "Outras Terras", RQC, 1999)
[instrumental]
Chamaste-me trigueirinha,
Eu não sou da Terra Quente;
Outra aldeia é a minha,
Outra a terra, outra gente!
Ai, meu amor,
Como dói amar-te assim:
Este silêncio que morde,
Esta dor que não tem fim!
Ai, saudade,
Não mates o meu bem!
Deixa-me viver com ele
Se não morro eu também!
[instrumental]
Inda hão-de nascer os sábios
P'ra nos dizer a razão
Que um beijo dos nossos lábios
Se sente no coração.
Ai, meu amor,
Como dói amar-te assim:
Este silêncio que morde,
Esta dor que não tem fim!
Ai, saudade,
Não mates o meu bem!
Deixa-me viver com ele
Se não morro eu também!
[instrumental]
* Ronda dos Quatro Caminhos:
António Prata – violas e coros
Carlos Barata – acordeão e coros
João Oliveira – voz solo e coros
Mário Peniche – baixo
Pedro Fragoso – piano e coros
Vítor Costa – bateria, percussões
Músicos convidados:
Inna Rechetnikova – violino
José Barros – viola braguesa
Coral Infantil de Carcavelos, dirigido por Pedro Fragoso
Arranjos – António Prata, com a colaboração de Carlos Barata, que escreveu as melodias contracanto do violino e do acordeão. Também as harmonias desenhadas em conjunto com Carlos Barata e Pedro Fragoso. A concepção de cada instrumento contou ainda com a colaboração do seu executante.
Produção e direcção musical – António Prata
Produção executiva – Alain Vachier
Bases referência de gravação – Carlos Barata
Gravação – Miguel Salema, nos Estúdios On Line, em Fevereiro e Março de 1999
Assistente de gravação – Kiko
Misturas – Miguel Salema, António Prata e Carlos Barata
Que Amor Não me Engana
Letra e música: José Afonso
Intérprete: José Afonso* (in LP "Venham Mais Cinco", Orfeu, 1973, reed. Movieplay, 1987, 1996, Art'Orfeu Media, 2012)
[instrumental]
Que amor não me engana
Com a sua brandura,
Se da antiga chama
Mal vive a amargura.
Duma mancha negra,
Duma pedra fria,
Que amor não se entrega
Na noite vazia?
E as vozes embarcam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito.
Muito à flor das águas,
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira!
[instrumental]
Em novas coutadas,
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera.
Assim tu souberas,
Irmã cotovia,
Dizer-me se esperas
P'lo nascer do dia.
E as vozes embarcam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito.
Muito à flor das águas,
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira!
* Yório Gonçalves – viola
Jean Claude Dubois – harpa
Lockood – flauta
Benedetti – violoncelo
Arranjos e direcção musical – José Mário Branco
Produção – José Niza
Gravado no Studio Aquarium, Paris, de 10 a 20 de Outubro de 1973
Engenheiro de som – Gilles Sallé
Texto sobre o disco em: Grandes discos da música portuguesa: efemérides em 2008
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Intérprete: José Afonso* (in LP "Venham Mais Cinco", Orfeu, 1973, reed. Movieplay, 1987, 1996, Art'Orfeu Media, 2012)
[instrumental]
Que amor não me engana
Com a sua brandura,
Se da antiga chama
Mal vive a amargura.
Duma mancha negra,
Duma pedra fria,
Que amor não se entrega
Na noite vazia?
E as vozes embarcam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito.
Muito à flor das águas,
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira!
[instrumental]
Em novas coutadas,
Junto de uma hera
Nascem flores vermelhas
Pela Primavera.
Assim tu souberas,
Irmã cotovia,
Dizer-me se esperas
P'lo nascer do dia.
E as vozes embarcam
Num silêncio aflito;
Quanto mais se apartam
Mais se ouve o seu grito.
Muito à flor das águas,
Noite marinheira,
Vem devagarinho
Para a minha beira!
* Yório Gonçalves – viola
Jean Claude Dubois – harpa
Lockood – flauta
Benedetti – violoncelo
Arranjos e direcção musical – José Mário Branco
Produção – José Niza
Gravado no Studio Aquarium, Paris, de 10 a 20 de Outubro de 1973
Engenheiro de som – Gilles Sallé
Texto sobre o disco em: Grandes discos da música portuguesa: efemérides em 2008
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Etiquetas:
Jean Claude Dubois,
José Afonso,
José Mário Branco,
José Niza,
Yório Gonçalves
Vem (Além de Toda a Solidão)
Letra: Pedro Ayres Magalhães
Música: Pedro Ayres Magalhães, Rodrigo Leão e Gabriel Gomes
Intérprete: Madredeus* (in CD "O Espírito da Paz", EMI-VC, 1994)
[instrumental]
Vem
Além de toda a solidão
Perdi a luz do teu viver
Perdi o horizonte
Está bem
Prossegue lá até quereres
Mas vem depois iluminar
Um coração que sofre
Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso, vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
Deixa-te andar a navegar
[instrumental]
Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso, vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
Deixa-te andar a navegar
* Madredeus:
Teresa Salgueiro – voz
José Peixoto – guitarra clássica
Pedro Ayres Magalhães – guitarra clássica
Francisco Ribeiro – violoncelo
Gabriel Gomes – acordeão
Rodrigo Leão – teclados
Produção – Pedro Ayres Magalhães / União Lisboa Produções Audiovisuais, Lda.
Produção executiva – António Cunha
Gravado e misturado nos estúdios Great Linford Manor e Lansdowne Recording Studios, Inglaterra, entre 27 de Março e 5 de Maio de 1994
Engenheiros de som – António Pinheiro da Silva e Jonathan Miller
Assistente (em Great Linford Manor) – Andy Griffin
Assistente (em Lansdowne Recording Studios) – Mark Tucker
Masterizado no estúdio CTS, Londres, a 4 de Maio de 1994
Montagem digital – Mike Brown
Música: Pedro Ayres Magalhães, Rodrigo Leão e Gabriel Gomes
Intérprete: Madredeus* (in CD "O Espírito da Paz", EMI-VC, 1994)
[instrumental]
Vem
Além de toda a solidão
Perdi a luz do teu viver
Perdi o horizonte
Está bem
Prossegue lá até quereres
Mas vem depois iluminar
Um coração que sofre
Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso, vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
Deixa-te andar a navegar
[instrumental]
Pertenço-te
Até ao fim do mar
Sou como tu
Da mesma luz
Do mesmo amar
Por isso, vem
Porque te quero
Consolar
Se não está bem
Deixa-te andar a navegar
* Madredeus:
Teresa Salgueiro – voz
José Peixoto – guitarra clássica
Pedro Ayres Magalhães – guitarra clássica
Francisco Ribeiro – violoncelo
Gabriel Gomes – acordeão
Rodrigo Leão – teclados
Produção – Pedro Ayres Magalhães / União Lisboa Produções Audiovisuais, Lda.
Produção executiva – António Cunha
Gravado e misturado nos estúdios Great Linford Manor e Lansdowne Recording Studios, Inglaterra, entre 27 de Março e 5 de Maio de 1994
Engenheiros de som – António Pinheiro da Silva e Jonathan Miller
Assistente (em Great Linford Manor) – Andy Griffin
Assistente (em Lansdowne Recording Studios) – Mark Tucker
Masterizado no estúdio CTS, Londres, a 4 de Maio de 1994
Montagem digital – Mike Brown
Sábado à Tarde
Letra e música: Tozé Brito
Intérprete: Paulo de Carvalho* (in LP "Cantar de Amigos", Da Nova/Polygram, 1979, reed. Polygram, 1990; CD "Vida" (compilação), Farol Música, 2006)
[instrumental]
Perdia meia hora parado em frente ao espelho,
mudava de camisa, vestia-me outra vez...
Fechava a porta à chave, acendia um cigarro
e ensaiando os gestos... passava já das três...
Vestia o meu casaco, corria sem parar
e à porta do cinema morria de pensar
que talvez não viesses, não pudesses entrar...
num filme para adultos... até te ver chegar...
Sábado à tarde, no cinema da Avenida,
mal as luzes se apagavam acendia o coração...
Sábado à tarde era uma noite bonita,
noite que sendo infinita
cabia na minha mão...
[bis]
Perdia meia hora num gesto do meu braço
a procurar coragem para que fosse abraço...
Chegava o intervalo, fumava sem prazer
e os gestos que ensaiara morriam ao nascer...
Por fim vencia o medo, quase sem te ver,
esquecia os meus dedos, cansados de tremer
por sobre o teu joelho, esperando a tua mão...
num filme para adultos... crescíamos então...
Sábado à tarde, no cinema da Avenida,
mal as luzes se apagavam acendia o coração...
Sábado à tarde era uma noite bonita,
noite que sendo infinita
cabia na nossa mão...
[bis]
[instrumental]
* Shegundo Galarza – teclados
Ramón Galarza – percussão, bateria
Zé Nabo – guitarra baixo, guitarra eléctrica
Rui Cardoso – saxofones
Siegfried Sugg – acordeão
Adelaide Ferreira, Joana Mendes, Fátima Padinha, Lena Coelho, Mila Ferreira – coros
Arranjos e direcção musical – Shegundo Galarza
Gravado nos Estúdios da Rádio Triunfo, Lisboa
Técnico de som – Rui Novais
Intérprete: Paulo de Carvalho* (in LP "Cantar de Amigos", Da Nova/Polygram, 1979, reed. Polygram, 1990; CD "Vida" (compilação), Farol Música, 2006)
[instrumental]
Perdia meia hora parado em frente ao espelho,
mudava de camisa, vestia-me outra vez...
Fechava a porta à chave, acendia um cigarro
e ensaiando os gestos... passava já das três...
Vestia o meu casaco, corria sem parar
e à porta do cinema morria de pensar
que talvez não viesses, não pudesses entrar...
num filme para adultos... até te ver chegar...
Sábado à tarde, no cinema da Avenida,
mal as luzes se apagavam acendia o coração...
Sábado à tarde era uma noite bonita,
noite que sendo infinita
cabia na minha mão...
[bis]
Perdia meia hora num gesto do meu braço
a procurar coragem para que fosse abraço...
Chegava o intervalo, fumava sem prazer
e os gestos que ensaiara morriam ao nascer...
Por fim vencia o medo, quase sem te ver,
esquecia os meus dedos, cansados de tremer
por sobre o teu joelho, esperando a tua mão...
num filme para adultos... crescíamos então...
Sábado à tarde, no cinema da Avenida,
mal as luzes se apagavam acendia o coração...
Sábado à tarde era uma noite bonita,
noite que sendo infinita
cabia na nossa mão...
[bis]
[instrumental]
* Shegundo Galarza – teclados
Ramón Galarza – percussão, bateria
Zé Nabo – guitarra baixo, guitarra eléctrica
Rui Cardoso – saxofones
Siegfried Sugg – acordeão
Adelaide Ferreira, Joana Mendes, Fátima Padinha, Lena Coelho, Mila Ferreira – coros
Arranjos e direcção musical – Shegundo Galarza
Gravado nos Estúdios da Rádio Triunfo, Lisboa
Técnico de som – Rui Novais
Etiquetas:
Paulo de Carvalho,
Shegundo Galarza,
Tozé Brito
O Namoro
Poema: Viriato da Cruz (adaptado) [texto original >> abaixo]
Música e arranjo: Fausto Bordalo Dias
Intérprete: Sérgio Godinho* (in LP "De Pequenino se Torce o Destino", Guilda da Música/Sassetti, 1976, reed. Polygram, 1990, Universal, 2001)
[instrumental]
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse, ela tinha
um sorriso luminoso tão triste e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista
nas acácias floridas, na fímbria do mar.
[instrumental]
Sua pele macia – era sumaúma...
sua pele macia, cheirando a rosas
seus seios laranja – laranja do Loge.
Eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.
[instrumental]
Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
«Por ti sofre o meu coração»
Num canto – SIM, noutro canto – NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou.
[instrumental]
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo e rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
[instrumental]
Mandei à avó Chica, quimbanda de fama,
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço bem forte e seguro
e dele nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
[instrumental]
Andei barbado, sujo e descalço
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
«– Não viu... (ai, não viu...?) não viu Benjamim?»
E perdido me deram no morro da Samba.
[instrumental]
Para me distrair
levaram-me ao baile do senhor Januário,
mas ela lá estava num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas do Bairro Operário.
[instrumental]
Tocaram a rumba e dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: "Aí, Benjamim!"
Olhei-a nos olhos – sorriu para mim
pedi-lhe um beijo (ra ra ra ra ai... ra ra ra ra ai)
e ela disse que sim. [3x]
* Sérgio Godinho – voz e metalofone
Fausto Bordalo Dias – viola
Paulo Godinho – viola baixo
Direcção musical – Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias
Gravado nos Estúdios Rádio Triunfo, Lisboa, em Janeiro de 1976
Engenheiro de som – José Manuel Fortes
NAMORO
(Viriato da Cruz, in "Poemas", Lisboa: Casa dos Estudantes do Império, 1961; "No Reino de Caliban II", org. Manuel Ferreira, Lisboa: Seara Nova, 1975, reed. Lisboa: Plátano, 1988; "50 Poetas Africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe", org. Manuel Ferreira, Lisboa: Plátano, 1989)
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista nas acácias floridas
espalhando diamantes na fímbria do mar
e dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia — era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce — como o maboque...
Seus seios, laranjas — laranjas do Loge
seus dentes... — marfim
Mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.
Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
«Por ti sofre o meu coração»
Num canto — SIM, noutro canto — NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou.
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia,
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
Levei à avó Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
Esperei-a de tarde, à porta da fábrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficámos num banco do largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos...
falei-lhe de amor... e ela disse que não.
Andei barbado, sujo e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
«— Não viu... (ai, não viu...?) não viu Benjamim?»
E perdido me deram no morro da Samba.
Para me distrair
levaram-me ao baile do sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso às moças mais lindas do Bairro Operário.
Tocaram uma rumba — dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: «Aí, Benjamim!»
Olhei-a nos olhos — sorriu para mim
pedi-lhe um beijo — e ela disse que sim.
Música e arranjo: Fausto Bordalo Dias
Intérprete: Sérgio Godinho* (in LP "De Pequenino se Torce o Destino", Guilda da Música/Sassetti, 1976, reed. Polygram, 1990, Universal, 2001)
[instrumental]
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse, ela tinha
um sorriso luminoso tão triste e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista
nas acácias floridas, na fímbria do mar.
[instrumental]
Sua pele macia – era sumaúma...
sua pele macia, cheirando a rosas
seus seios laranja – laranja do Loge.
Eu mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.
[instrumental]
Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
«Por ti sofre o meu coração»
Num canto – SIM, noutro canto – NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou.
[instrumental]
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo e rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
[instrumental]
Mandei à avó Chica, quimbanda de fama,
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço bem forte e seguro
e dele nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
[instrumental]
Andei barbado, sujo e descalço
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
«– Não viu... (ai, não viu...?) não viu Benjamim?»
E perdido me deram no morro da Samba.
[instrumental]
Para me distrair
levaram-me ao baile do senhor Januário,
mas ela lá estava num canto a rir,
contando o meu caso
às moças mais lindas do Bairro Operário.
[instrumental]
Tocaram a rumba e dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: "Aí, Benjamim!"
Olhei-a nos olhos – sorriu para mim
pedi-lhe um beijo (ra ra ra ra ai... ra ra ra ra ai)
e ela disse que sim. [3x]
* Sérgio Godinho – voz e metalofone
Fausto Bordalo Dias – viola
Paulo Godinho – viola baixo
Direcção musical – Sérgio Godinho e Fausto Bordalo Dias
Gravado nos Estúdios Rádio Triunfo, Lisboa, em Janeiro de 1976
Engenheiro de som – José Manuel Fortes
NAMORO
(Viriato da Cruz, in "Poemas", Lisboa: Casa dos Estudantes do Império, 1961; "No Reino de Caliban II", org. Manuel Ferreira, Lisboa: Seara Nova, 1975, reed. Lisboa: Plátano, 1988; "50 Poetas Africanos: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe", org. Manuel Ferreira, Lisboa: Plátano, 1989)
Mandei-lhe uma carta em papel perfumado
e com letra bonita eu disse ela tinha
um sorrir luminoso tão quente e gaiato
como o sol de Novembro brincando de artista nas acácias floridas
espalhando diamantes na fímbria do mar
e dando calor ao sumo das mangas
Sua pele macia — era sumaúma...
Sua pele macia, da cor do jambo, cheirando a rosas
sua pele macia guardava as doçuras do corpo rijo
tão rijo e tão doce — como o maboque...
Seus seios, laranjas — laranjas do Loge
seus dentes... — marfim
Mandei-lhe essa carta
e ela disse que não.
Mandei-lhe um cartão
que o amigo Maninho tipografou:
«Por ti sofre o meu coração»
Num canto — SIM, noutro canto — NÃO
E ela o canto do NÃO dobrou.
Mandei-lhe um recado pela Zefa do Sete
pedindo rogando de joelhos no chão
pela Senhora do Cabo, pela Santa Ifigénia,
me desse a ventura do seu namoro...
E ela disse que não.
Levei à avó Chica, quimbanda de fama
a areia da marca que o seu pé deixou
para que fizesse um feitiço forte e seguro
que nela nascesse um amor como o meu...
E o feitiço falhou.
Esperei-a de tarde, à porta da fábrica,
ofertei-lhe um colar e um anel e um broche,
paguei-lhe doces na calçada da Missão,
ficámos num banco do largo da Estátua,
afaguei-lhe as mãos...
falei-lhe de amor... e ela disse que não.
Andei barbado, sujo e descalço,
como um mona-ngamba.
Procuraram por mim
«— Não viu... (ai, não viu...?) não viu Benjamim?»
E perdido me deram no morro da Samba.
Para me distrair
levaram-me ao baile do sô Januário
mas ela lá estava num canto a rir
contando o meu caso às moças mais lindas do Bairro Operário.
Tocaram uma rumba — dancei com ela
e num passo maluco voámos na sala
qual uma estrela riscando o céu!
E a malta gritou: «Aí, Benjamim!»
Olhei-a nos olhos — sorriu para mim
pedi-lhe um beijo — e ela disse que sim.
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Viriato da Cruz
Poema Destinado a Haver Domingo
Poema: Natália Correia (ligeiramente adaptado) [texto original >> abaixo]
Música: Aníbal Raposo
Arranjo: Carlos Frazão
Intérprete: Helena Oliveira* (in CD "Helena Cant'Autores Açorianos", Helena Oliveira, 2007)
Versão original: Aníbal Raposo (in CD "Maré Cheia", MM Music, 1999)
[instrumental]
Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor de um navio em movimento.
E como ave, ficar parada a vê-la.
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara p'ra passear a pé
Esta distância achada p'lo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
[instrumental]
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa num flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre.
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto de uma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara p'ra passear a pé
Esta distância achada p'lo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
[instrumental]
* Carlos Frazão – piano
Mike Ross – contrabaixo
Manuel Rocha – violinos
Joaquim Manuel Teles (Quiné) – bateria e percussões
Helena Oliveira – voz
Direcção musical – Carlos Frazão e Helena Oliveira
Concepção artística – Helena Oliveira
Concepção de percussão – Joaquim Manuel Teles (Quiné)
Concepção de violinos – Manuel Rocha
Concepção de contrabaixo – Mike Ross
Produção executiva – Jorge Lavouras e Helena Oliveira
Gravação – Raul Resendes
Misturas – Raul Resendes e Carlos Frazão
Edição de voz e masterização – António Pinheiro da Silva
POEMA DESTINADO A HAVER DOMINGO
(Natália Correia, in "Passaporte", Lisboa: Edição de autor, 1958; "O Sol nas Noites e o Luar nos Dias I", Lisboa: Projornal/Círculo de Leitores, 1993 – pág. 205; "Poesia Completa", Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999 – págs. 153-154)
Bastam-me as cinco pontas duma estrela
E a cor dum navio em movimento.
E como ave, ficar parada a vê-la.
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio do cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama dum domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa num flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre.
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
Música: Aníbal Raposo
Arranjo: Carlos Frazão
Intérprete: Helena Oliveira* (in CD "Helena Cant'Autores Açorianos", Helena Oliveira, 2007)
Versão original: Aníbal Raposo (in CD "Maré Cheia", MM Music, 1999)
[instrumental]
Bastam-me as cinco pontas de uma estrela
E a cor de um navio em movimento.
E como ave, ficar parada a vê-la.
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio de cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara p'ra passear a pé
Esta distância achada p'lo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
[instrumental]
Deixem ao dia a cama de um domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa num flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre.
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto de uma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara p'ra passear a pé
Esta distância achada p'lo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
[instrumental]
* Carlos Frazão – piano
Mike Ross – contrabaixo
Manuel Rocha – violinos
Joaquim Manuel Teles (Quiné) – bateria e percussões
Helena Oliveira – voz
Direcção musical – Carlos Frazão e Helena Oliveira
Concepção artística – Helena Oliveira
Concepção de percussão – Joaquim Manuel Teles (Quiné)
Concepção de violinos – Manuel Rocha
Concepção de contrabaixo – Mike Ross
Produção executiva – Jorge Lavouras e Helena Oliveira
Gravação – Raul Resendes
Misturas – Raul Resendes e Carlos Frazão
Edição de voz e masterização – António Pinheiro da Silva
POEMA DESTINADO A HAVER DOMINGO
(Natália Correia, in "Passaporte", Lisboa: Edição de autor, 1958; "O Sol nas Noites e o Luar nos Dias I", Lisboa: Projornal/Círculo de Leitores, 1993 – pág. 205; "Poesia Completa", Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1999 – págs. 153-154)
Bastam-me as cinco pontas duma estrela
E a cor dum navio em movimento.
E como ave, ficar parada a vê-la.
E como flor, qualquer odor no vento.
Basta-me a lua ter aqui deixado
Um luminoso fio do cabelo
Para levar o céu todo enrolado
Na discreta ambição do meu novelo.
Só há espigas a crescer comigo
Numa seara para passear a pé
Esta distância achada pelo trigo
Que me dá só o pão daquilo que é.
Deixem ao dia a cama dum domingo
Para deitar um lírio que lhe sobre.
E a tarde cor-de-rosa num flamingo
Seja o tecto da casa que me cobre.
Baste o que o tempo traz na sua anilha
Como uma rosa traz Abril no seio.
E que o mar dê o fruto duma ilha
Onde o Amor por fim tenha recreio.
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Urgentemente
Poema: Eugénio de Andrade (adaptado) [texto original >> abaixo]
Música: Pedro Costa; Queco
Intérprete: Nortada* (in CD "Urgentemente: Memória dos Que Passam", Associação Ricardo Marques/Ovação, 1997)
[instrumental]
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios,
rosas e rios e manhãs claras.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
* Nortada:
Ricardo Marques – voz
Queco – teclados
Santiago Ribeiro – saxofone
Carlos Costa – bateria
Pedro Costa – cordas e percussões
João Ricardo – baixo e guitarra clássica
Produção – Jorge Quintela
Gravado nos Estúdios Namouche, Lisboa
Técnico de som – João Pedro de Castro
URGENTEMENTE
(Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã", Lisboa: Guimarães Editores, 1956; "Antologia Breve", 7.ª edição, pág. 33, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 1999)
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Música: Pedro Costa; Queco
Intérprete: Nortada* (in CD "Urgentemente: Memória dos Que Passam", Associação Ricardo Marques/Ovação, 1997)
[instrumental]
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios,
rosas e rios e manhãs claras.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar. [bis]
[instrumental]
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
* Nortada:
Ricardo Marques – voz
Queco – teclados
Santiago Ribeiro – saxofone
Carlos Costa – bateria
Pedro Costa – cordas e percussões
João Ricardo – baixo e guitarra clássica
Produção – Jorge Quintela
Gravado nos Estúdios Namouche, Lisboa
Técnico de som – João Pedro de Castro
URGENTEMENTE
(Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã", Lisboa: Guimarães Editores, 1956; "Antologia Breve", 7.ª edição, pág. 33, Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 1999)
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
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Nortada,
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Queco,
Ricardo Marques
Para Não Dizer que Não Falei de Flores
Letra e música: Geraldo Vandré
Intérprete: Teresa Paula Brito* (in EP "Para Não Dizer que Não Falei de Flores", Riso e Ritmo, 1968; CD "Teresa Paula Brito", col. Clássicos da Renascença, vol. 61, 2000)
Versão original: Geraldo Vandré (in single "Para Não Dizer que Não Falei de Flores / Se a Tristeza Chegar", Som Maior, 1968)
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais, braços dados ou não,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Caminhando e cantando e seguindo a canção.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Pelos campos há fome em grandes plantações,
Pelas ruas marchando indecisos cordões;
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão.
Há soldados armados, amados ou não,
Quase todos perdidos de armas na mão;
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razões.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Os amores na mente, as flores no chão,
A certeza na frente, a história na mão;
Aprendendo e ensinando uma nova lição:
Caminhando e cantando e seguindo a canção.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
* Conjunto de Shegundo Galarza
Intérprete: Teresa Paula Brito* (in EP "Para Não Dizer que Não Falei de Flores", Riso e Ritmo, 1968; CD "Teresa Paula Brito", col. Clássicos da Renascença, vol. 61, 2000)
Versão original: Geraldo Vandré (in single "Para Não Dizer que Não Falei de Flores / Se a Tristeza Chegar", Som Maior, 1968)
Caminhando e cantando e seguindo a canção,
Somos todos iguais, braços dados ou não,
Nas escolas, nas ruas, campos, construções,
Caminhando e cantando e seguindo a canção.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Pelos campos há fome em grandes plantações,
Pelas ruas marchando indecisos cordões;
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão.
Há soldados armados, amados ou não,
Quase todos perdidos de armas na mão;
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razões.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
Os amores na mente, as flores no chão,
A certeza na frente, a história na mão;
Aprendendo e ensinando uma nova lição:
Caminhando e cantando e seguindo a canção.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber!
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!
* Conjunto de Shegundo Galarza
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Avisem as Crianças
Letra e música: João Lóio
Intérprete: João Lóio* (in CD "Canções de Amor e Guerra", João Lóio, 2002)
Oh, meu Deus, deixaram as crianças
irem descalças para o mato!
não levam meias nem sapato,
sem um chapéu
lá vão todas contentes de corpinho ao léu!
e há tantos perigos, mais de cem
na terra africana, ó minha mãe!
não lhes faça mal nenhum leão
nem bicho-papão,
nem lhes queime o sol desse sertão!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, alguém que avise esses meninos!
podem picar-se nos espinhos,
podem ferir os seus pezinhos,
pois nesse chão
tem sempre cobra que envenena o coração!
há gente que em vez de mandioca
semeia estilhaços numa toca!
ah, que essa semente de veneno
não vá rebentar num corpinho
tão leve e pequeno!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, alguém que explique aos pequeninos
porque perderam os bracinhos,
porque andam sempre ao pé-coxinho
e que alivie
aquele eterno e grande espanto no olhar!
que lhes conte que há gente malvada
para quem pequeno não é nada!
vivem do feitiço de trocar
minas de diamante
por minas de aço lancinante!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, meu Deus, deixaram as crianças
irem descalças para o mato!
não levam meias nem sapato,
sem um chapéu
lá vão todas contentes de corpinho ao léu!...
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco]:
Carlos Rocha – guitarras acústica e eléctrica
João Lóio – voz e guitarra acústica
Firmino Neiva – baixo eléctrico
Arnaldo Fonseca – acordeão
Mário Teixeira – caixa de rufo
Regina Castro, Guilhermino Monteiro – coros
Arranjos e direcção musical – Carlos Rocha, Firmino Neiva e João Lóio
Gravado por Fernando Rangel, nos Estúdios Fortes & Rangel, Porto, em Abril de 2002
Mistura – Fernando Rangel, Carlos Rocha, Firmino Neiva e João Lóio
Masterização – Fernando Rangel
Intérprete: João Lóio* (in CD "Canções de Amor e Guerra", João Lóio, 2002)
Oh, meu Deus, deixaram as crianças
irem descalças para o mato!
não levam meias nem sapato,
sem um chapéu
lá vão todas contentes de corpinho ao léu!
e há tantos perigos, mais de cem
na terra africana, ó minha mãe!
não lhes faça mal nenhum leão
nem bicho-papão,
nem lhes queime o sol desse sertão!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, alguém que avise esses meninos!
podem picar-se nos espinhos,
podem ferir os seus pezinhos,
pois nesse chão
tem sempre cobra que envenena o coração!
há gente que em vez de mandioca
semeia estilhaços numa toca!
ah, que essa semente de veneno
não vá rebentar num corpinho
tão leve e pequeno!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, alguém que explique aos pequeninos
porque perderam os bracinhos,
porque andam sempre ao pé-coxinho
e que alivie
aquele eterno e grande espanto no olhar!
que lhes conte que há gente malvada
para quem pequeno não é nada!
vivem do feitiço de trocar
minas de diamante
por minas de aço lancinante!
mamaué! mamaué! mamaué!
Oh, meu Deus, deixaram as crianças
irem descalças para o mato!
não levam meias nem sapato,
sem um chapéu
lá vão todas contentes de corpinho ao léu!...
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco]:
Carlos Rocha – guitarras acústica e eléctrica
João Lóio – voz e guitarra acústica
Firmino Neiva – baixo eléctrico
Arnaldo Fonseca – acordeão
Mário Teixeira – caixa de rufo
Regina Castro, Guilhermino Monteiro – coros
Arranjos e direcção musical – Carlos Rocha, Firmino Neiva e João Lóio
Gravado por Fernando Rangel, nos Estúdios Fortes & Rangel, Porto, em Abril de 2002
Mistura – Fernando Rangel, Carlos Rocha, Firmino Neiva e João Lóio
Masterização – Fernando Rangel
As Balas
Poema: Manuel da Fonseca
Música: Adriano Correia de Oliveira
Intérprete: Adriano Correia de Oliveira* (in LP "Que Nunca Mais", Orfeu, 1975, reed. Movieplay, 1997; "Obra Completa": CD "Que Nunca Mais: Adriano Canta Manuel da Fonseca", Movieplay, 1994, 2007)
[instrumental]
Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas deram sangue derramado
Dá a chuva o Inverno criador
Às sementes dá sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas deram sangue derramado
Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá o amor renascido
As balas deram sangue derramado
[instrumental]
Dá o sol as searas pelo Verão
O fermento no trigo amassado
No esbraseado forno cresce o pão
As balas deram sangue derramado
Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas deram sangue derramado
De meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas deram sangue derramado
[instrumental]
Dá a certeza, o querer e o construir
O que tanto nos negou o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que deram sangue derramado
Essas balas deram sangue derramado
Só roubo e fome e o sangue derramado
Só ruína e peste e o sangue derramado
Só crime e morte e o sangue derramado
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco:]
Fausto Bordalo Dias – guitarra acústica, percussão, kazu, coros
Júlio Pereira – guitarra solo, baixo, piano, órgão, bandolim, buzuki, cadeira, coros
Zau e Pantera – percussões
Vitorino Salomé – acordeão
José Luís Simões – trombones de varas
Carlos Paredes – guitarra portuguesa
Arranjos e direcção musical – Fausto Bordalo Dias
Gravado nos Estúdios Rádio Triunfo, Lisboa
Técnico de som – José Manuel Fortes
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Música: Adriano Correia de Oliveira
Intérprete: Adriano Correia de Oliveira* (in LP "Que Nunca Mais", Orfeu, 1975, reed. Movieplay, 1997; "Obra Completa": CD "Que Nunca Mais: Adriano Canta Manuel da Fonseca", Movieplay, 1994, 2007)
[instrumental]
Dá o Outono as uvas e o vinho
Dos olivais azeite nos é dado
Dá a cama e a mesa o verde pinho
As balas deram sangue derramado
Dá a chuva o Inverno criador
Às sementes dá sulcos o arado
No lar a lenha em chama dá calor
As balas deram sangue derramado
Dá a Primavera o campo colorido
Glória e coroa do mundo renovado
Aos corações dá o amor renascido
As balas deram sangue derramado
[instrumental]
Dá o sol as searas pelo Verão
O fermento no trigo amassado
No esbraseado forno cresce o pão
As balas deram sangue derramado
Dá cada dia ao homem novo alento
De conquistar o bem que lhe é negado
Dá a conquista um puro sentimento
As balas deram sangue derramado
De meditar, concluir, ir e fazer
Dá sobre o mundo o homem atirado
À paz de um mundo novo de viver
As balas deram sangue derramado
[instrumental]
Dá a certeza, o querer e o construir
O que tanto nos negou o ódio armado
Que a vida construir é destruir
Balas que deram sangue derramado
Essas balas deram sangue derramado
Só roubo e fome e o sangue derramado
Só ruína e peste e o sangue derramado
Só crime e morte e o sangue derramado
[instrumental]
* [Créditos gerais do disco:]
Fausto Bordalo Dias – guitarra acústica, percussão, kazu, coros
Júlio Pereira – guitarra solo, baixo, piano, órgão, bandolim, buzuki, cadeira, coros
Zau e Pantera – percussões
Vitorino Salomé – acordeão
José Luís Simões – trombones de varas
Carlos Paredes – guitarra portuguesa
Arranjos e direcção musical – Fausto Bordalo Dias
Gravado nos Estúdios Rádio Triunfo, Lisboa
Técnico de som – José Manuel Fortes
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio
Fiz Um Contrato com o Vento
Letra: Eduardo Olímpio
Música: Paco Bandeira (Francisco Veredas Bandeiras)
Intérprete: Paco Bandeira* (in LP "O Alentejo Quer Um Homem Que Saiba Mandar", Decca/VC, 1975; 2LP/CD "O Melhor de Paco Bandeira", EMI-VC, 1989; CD "O Melhor de Paco Bandeira", Valentim de Carvalho/Iplay, 2008)
[instrumental]
Fiz um contrato com o vento
De não me deixar prender,
Nem por oiros nem por falas
Nem por balas de morrer.
Fiz um contrato com o vento
Que hei-de cumprir por inteiro:
Dizer pão e dizer povo
Desde Janeiro a Janeiro.
Fiz um contrato com o vento
Sobre as arribas da serra,
De só apertar a mão
A quem disser não à guerra.
Fiz um contrato com o vento
Sobre as arribas da serra,
De só apertar a mão
A quem disser não à guerra.
[instrumental]
Fiz um contrato com o vento
Que o vento não sabe ler,
Mas entende deste mundo
Mais que os livros de saber.
Fiz um contrato com o vento
Entre estevas e pinhais;
Posso cantar toda a noite
Que ninguém me prende mais.
Ninguém me rasga a canção
Na liberdade que invento,
Que o vento é meu aliado
E ninguém amarra o vento.
Ninguém me rasga a canção
Na liberdade que invento,
Que o vento é meu aliado
E ninguém amarra o vento.
[instrumental]
* Arranjo e direcção – Jorge Palma
Música: Paco Bandeira (Francisco Veredas Bandeiras)
Intérprete: Paco Bandeira* (in LP "O Alentejo Quer Um Homem Que Saiba Mandar", Decca/VC, 1975; 2LP/CD "O Melhor de Paco Bandeira", EMI-VC, 1989; CD "O Melhor de Paco Bandeira", Valentim de Carvalho/Iplay, 2008)
[instrumental]
Fiz um contrato com o vento
De não me deixar prender,
Nem por oiros nem por falas
Nem por balas de morrer.
Fiz um contrato com o vento
Que hei-de cumprir por inteiro:
Dizer pão e dizer povo
Desde Janeiro a Janeiro.
Fiz um contrato com o vento
Sobre as arribas da serra,
De só apertar a mão
A quem disser não à guerra.
Fiz um contrato com o vento
Sobre as arribas da serra,
De só apertar a mão
A quem disser não à guerra.
[instrumental]
Fiz um contrato com o vento
Que o vento não sabe ler,
Mas entende deste mundo
Mais que os livros de saber.
Fiz um contrato com o vento
Entre estevas e pinhais;
Posso cantar toda a noite
Que ninguém me prende mais.
Ninguém me rasga a canção
Na liberdade que invento,
Que o vento é meu aliado
E ninguém amarra o vento.
Ninguém me rasga a canção
Na liberdade que invento,
Que o vento é meu aliado
E ninguém amarra o vento.
[instrumental]
* Arranjo e direcção – Jorge Palma
Vou Levar-te Comigo
Letra e música: Raul Indipwo (Raul José Aires Corte Peres Cruz)
Intérprete: Duo Ouro Negro* (in LP "Lindeza!", Orfeu, 1979; CD "Duo Ouro Negro", col. O Melhor dos Melhores", vol. 37, Movieplay, 1994; 2CD "Kurikutela!: 40 Anos, 40 Êxitos", EMI-VC, 1998; CD "Duo Ouro Negro", Valentim de Carvalho/Som Livre, 2008)
[instrumental]
Menina bonita
Com tranças de trigo,
Sorrindo à janela,
Vem cantar comigo!
Os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a fome,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[bis]
[instrumental]
Olá, companheiro
Do fato rasgado,
Não estendas a mão,
Foge do passado!
Que os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a miséria,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[bis]
[instrumental]
Olá, avozinha,
Poetas, pastores,
Estudantes, ministros,
Rameiras, doutores!
Os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a fome,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[3x]
* [Créditos gerais do disco:]
Raul Indipwo – voz, kissange
Milo MacMahon – voz
Mário Rui – guitarra
Mike Sergeant – guitarra
D'Jilá Jr. – guitarra de 12 cordas
Zé Nabo – guitarra baixo
José Cid – acordeão
Formiga – coros
Pom – coros
Gravado nos Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
Técnicos de som – Moreno Pinto e Manuel Cunha
Intérprete: Duo Ouro Negro* (in LP "Lindeza!", Orfeu, 1979; CD "Duo Ouro Negro", col. O Melhor dos Melhores", vol. 37, Movieplay, 1994; 2CD "Kurikutela!: 40 Anos, 40 Êxitos", EMI-VC, 1998; CD "Duo Ouro Negro", Valentim de Carvalho/Som Livre, 2008)
[instrumental]
Menina bonita
Com tranças de trigo,
Sorrindo à janela,
Vem cantar comigo!
Os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a fome,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[bis]
[instrumental]
Olá, companheiro
Do fato rasgado,
Não estendas a mão,
Foge do passado!
Que os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a miséria,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[bis]
[instrumental]
Olá, avozinha,
Poetas, pastores,
Estudantes, ministros,
Rameiras, doutores!
Os homens fizeram
Um acordo final:
Acabar com a fome,
Acabar com a guerra,
Viver em amor.
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo,
Vou levar-te comigo, meu irmão,
Vou levar-te comigo.
[3x]
* [Créditos gerais do disco:]
Raul Indipwo – voz, kissange
Milo MacMahon – voz
Mário Rui – guitarra
Mike Sergeant – guitarra
D'Jilá Jr. – guitarra de 12 cordas
Zé Nabo – guitarra baixo
José Cid – acordeão
Formiga – coros
Pom – coros
Gravado nos Estúdios Arnaldo Trindade, Lisboa
Técnicos de som – Moreno Pinto e Manuel Cunha
Dois Garotos
Letra: D. R. (Direitos Reservados)
Música: Lino Bernardo Teixeira (Fado Ginguinhas)
Intérprete: João Braza* (in CD "Fado Que Sonhei", Ovação, 1994; CD "Fado Capital 2", Ovação, 1996)
Enquanto a neve cobria os arvoredos
Um garotinho muito novo, à sua fé,
Mostrava ao outro as mãos cheias de brinquedos
Que o bom Jesus lhe pusera à chaminé:
– «Olha p'ra isto, que bonito que apanhei:
Este palhaço, este boneco, este carrinho!
Hoje é Natal e de manhã quando acordei
Tinha isto tudo no meu lindo sapatinho.»
Responde o outro garotinho a soluçar,
Amachucando um lenço velho entre os seus dedos:
– «Pois se eu não tenho sapatinhos para calçar
Como podia o bom Jesus dar-me brinquedos?
Não tenho pai, não tenho mãe, não tenho nada,
Cá vou vivendo sempre à custa dos demais;
Durmo num banco ou no degrau de uma escada;
A vida tem estes medonhos vendavais.»
– «Não digas mais, tuas palavras comoveram
Meu coração – responde o outro garotinho –,
Toma metade dos brinquedos que me deram
E desta forma também ficas contentinho.»
Rezaram bem o seu regime de gaiatos;
Se todos os homens procedessem com juízo
Não haveria tanta luta nem desacatos:
O mundo inteiro era um perfeito paraíso.
* José Luís Nobre Costa – guitarra portuguesa
Pedro Veiga – guitarra portuguesa
Jaime Santos Júnior – viola
Joel Pina – viola baixo
Gravado e misturado no Edit Studio, Amadora
Música: Lino Bernardo Teixeira (Fado Ginguinhas)
Intérprete: João Braza* (in CD "Fado Que Sonhei", Ovação, 1994; CD "Fado Capital 2", Ovação, 1996)
Enquanto a neve cobria os arvoredos
Um garotinho muito novo, à sua fé,
Mostrava ao outro as mãos cheias de brinquedos
Que o bom Jesus lhe pusera à chaminé:
– «Olha p'ra isto, que bonito que apanhei:
Este palhaço, este boneco, este carrinho!
Hoje é Natal e de manhã quando acordei
Tinha isto tudo no meu lindo sapatinho.»
Responde o outro garotinho a soluçar,
Amachucando um lenço velho entre os seus dedos:
– «Pois se eu não tenho sapatinhos para calçar
Como podia o bom Jesus dar-me brinquedos?
Não tenho pai, não tenho mãe, não tenho nada,
Cá vou vivendo sempre à custa dos demais;
Durmo num banco ou no degrau de uma escada;
A vida tem estes medonhos vendavais.»
– «Não digas mais, tuas palavras comoveram
Meu coração – responde o outro garotinho –,
Toma metade dos brinquedos que me deram
E desta forma também ficas contentinho.»
Rezaram bem o seu regime de gaiatos;
Se todos os homens procedessem com juízo
Não haveria tanta luta nem desacatos:
O mundo inteiro era um perfeito paraíso.
* José Luís Nobre Costa – guitarra portuguesa
Pedro Veiga – guitarra portuguesa
Jaime Santos Júnior – viola
Joel Pina – viola baixo
Gravado e misturado no Edit Studio, Amadora
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