Letra e música: Pedro Barroso
Intérprete: Pedro Barroso* (in LP "Roupas de Pátria, Roupas de Mulher", Orfeu, 1986, reed. Movieplay, 2004; 2CD "Antologia 1982-1990", Movieplay, 2005)
Se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade, assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo fundo
que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão
que é no irmos fundo às coisas que há razão
de verdades consumadas me consomem
de falácias bem montadas me alimentam
mas, meu filho, mora o reino do futuro
que é mais duro
e não vai ser com palavras que o contentam
e não vai ser com palavras que o contentam
[instrumental]
Se a morte lenta te rebenta sob a pele
a cada dia
e se no teu braço apenas sentes é a força
de um cansaço organizado
mas manténs na tua fronte a dúvida
e o gosto pelo longe e a maresia
e se sentes no teu peito de criança
a alma de um sonho amordaçado
se quiseres partir amanhã
eu paro o mundo
com facilidade, assim
com esta mão
e então descobriremos o mais profundo fundo
que há no mundo
que é no irmos fundo às coisas que há razão
que é no irmos fundo às coisas que há razão
Iste mundus furibundus falsa prestat gaudia,
quia fluunt et decurrunt ceu campi lilia.
Laus mundana, vita vana vera tollit premia,
nam impellit et submergit animas in tartara.
[3x]
(in "Carmina Burana", c.1230)
[Este mundo furibundo nos dá falsas alegrias,
que fluem e se dissipam como pelos campos os lírios.
Louvores mundanos, vida vã afastam-nos dos veros prémios,
para impelir e submergir nossas almas no Tártaro.]
* [Créditos gerais do disco:]
Abel Moura – acordeão
António Chainho – guitarra portuguesa
Catarina Latino – flautas barrocas
Guilherme Inês – caixa de ritmos e pandeiretas
João Nuno Represas – tablas, cana, clavas e maracas
José Carlos Gonçalves – violoncelos
Pedro Barroso – viola beiroa, tímpanos, vibrafone, viola e reco
Pedro Fragoso – bandolins, piano, viola campaniça e órgão
Rui Luís Pereira "Dudas" – viola e viola de 12 cordas
Sérgio Mestre – flauta transversal
Zé da Ponte – baixo eléctrico
Coro de Santo Amaro de Oeiras – coros; dir. Pedro Barroso
Arranjos, direcção musical e produção executiva – Pedro Barroso
Gravado nos Estúdios Namouche, Lisboa, em Janeiro e Fevereiro de 1986
Engenheiros de som – João Vaz de Carvalho e Jorge Barata
Misturas – João Vaz de Carvalho e Pedro Barroso
Masterização – José António Regada
Biografia e discografia em: A Nossa Rádio